Card2_facebook.jpeg
 

O Instituto Silvia Lane realizou nos dias 01, 02 e 03 de junho de 2023 o seu IV Simpósio Nacional. Como tema, adotou o desafio de identificar quais as tarefas que a ciência e a profissão da Psicologia precisam assumir para contribuir para a garantia da democracia no Brasil. 
 

A perspectiva de nossos simpósios é sempre a de reconhecer e debater sobre os embaraços que encontramos na trajetória entre a crítica à Psicologia (na sua organização, no seu modo de olhar a realidade, nos limites que coloca para sua atuação) e a construção de uma Psicologia Crítica.

 

Nesta quarta edição, definimos como embaraços alguns aspectos de urgente enfrentamento na tarefa de defesa da democracia. São eles:
1) O embaraço da caracterização e produção de sujeitos democráticos

2) O embaraço do enfrentamento psico-político de questões socais graves, como o racismo e a fome.

3) O embaraço da elucidação dos mecanismos de manipulação política que produzem sofrimento mental.

 

 

A programação do evento contou com a realização de conferências, em torno dos embaraços. Nossos conferencistas foram: Jessé de Souza, José Moura, Tiaraju D’Andrea, José Graziano, Virgínia Fontes e Marilene Felinto. Também houve Grupos de Trabalho, cujos debates incluiram o conteúdo das conferências e apresentação de trabalhos.

                                                        

Confira tudo que rolou no IV Simpósio:

#681012

1) Trabalhos apresentados:

#681012    

fffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffff

 

2) Nuvens de palavras produzidas durantes as conferências:
(clique na imagem para ampliar)

#681012

Dia 01/06
Dia 02/06
Dia 03/06

#681012    

fffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffff

 

3) Íntegra das palestras apresentadas:

#681012    

fffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffff

 

4) Entrega das Comendas e encerramento do evento:

#681012    

fffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffff

 

5) Eventos preparatórios realizados:

 

Entendemos que são muitas as questões sociais que demandam a nossa contribuição. Por isso, queremos compreender a dificuldade que encontramos, como profissionais da área, para assumir que nossa tarefa mais completa seja a da ampliação, alargamento e radicalização da democracia. Faremos isso identificando problemas sociais que guardam íntima relação com a debilitação da democracia, cujo estudo e busca de superação costumam ficar fora do campo de visão da Psicologia, como se não fossem assuntos sobre os quais ela deva incidir. Os embaraços definidos para esta edição do evento apontam para o que consideramos prioritário neste momento e levam em conta o conjunto de questões que observamos.
 

São muitos os temas da conjuntura brasileira que precisam ser colocados no campo de visão da Psicologia. Temas para os quais ela precisa ser provocada, tais como: a produção persistente de fome em um país rico em alimentos; o uso abusivo do encarceramento como base das políticas de segurança; a predominância dos manicômios e comunidades terapêuticas como estratégia para enquadrar o diferente; a agressão sistemática e continuada ao meio ambiente, seja na Amazônia, seja em cada cidade brasileira; o extermínio das populações indígenas por meio da retirada de suas terras; o sofrimento e morte causados pela ocorrência de pandemia e pelas epidemias recorrentes; o sofrimento causado por sequelas do coronavírus e pelo déficit de socialização e acesso à cultura por parte de nossos jovens e crianças; o avanço inexorável do uso de tecnologias apropriadas pelas plataformas e do colonialismo digital, materializado agora no Metaverso; o descaso com a sindemia que inclui desde a mortandade por balas e veículos automotores, até a mortandade de jovens negros da periferia; a incessante produção de mortes de lideranças de movimentos de luta por terra, pela defesa da natureza e por organização popular; o afloramento de posturas proto fascistas em extensas parcelas da população brasileira; a assunção por parte do Exército Brasileiro de projetos nitidamente anti nacionais, corporativistas e deletérios para a maioria da população; o crescente número de suicídios e auto mutilação de jovens brasileiros. Tudo isso atravessado por racismo e violência de gênero.


Entendemos que os três embaraços que orientaram os debates no IV Simpósio expressaram, de alguma forma, essas questões mais prementes da nossa realidade.

 

Todos esses temas guardam relação íntima com a Democracia no passado, no presente e no futuro. Em todos esses temas, chama a atenção a escassez ou insuficiência de estudos e atuação da Psicologia no passado e nos dias atuais. Queremos contribuir para que nossas ciência e profissão se façam presentes de forma decidida tanto na busca de compreensão dos processos subjacentes a eles, quanto na busca de sua superação. 
 

Cada profissional ou grupamento de profissionais poderá estabelecer uma hierarquia diferente no exame desses temas. A hierarquização pode se referir a importância e pode se referir a urgência. No Instituto Silvia Lane compreendemos que um dos temas mais importantes, ocupando o topo da hierarquia, seja a relação entre as tecnologias cibernéticas e as subjetividades. Trata-se de tema cuja natureza se aproxima dos objetos de estudo da área e sobre o qual nossa profissão deve se preparar para oferecer uma consistente contribuição. Acreditamos que qualquer demora das entidades da Psicologia nessa direção poderá ter consequências drásticas para Psicologia a para as sociedades humanas em todo o planeta.

 

Já quando a hierarquização refere a urgência, estabelecemos a compreensão de que há outros temas mais urgentes a serem assumidos pela profissão e pela categoria das psicólogas, das pesquisadoras em Psicologia, do estudantado e do professorado em Psicologia. São temas que implicam em risco para a vida de seres humanos e para o desenvolvimento de nossas crianças e jovens. Esse conjunto hierarquizado nos serviu de referência para escolhermos os temas de nossos eventos preparatórios.

 

Os EVENTOS PREPARATÓRIOS permitiram um enriquecimento dos debates para que os participantes chegassem ao IV Simpósio com um bom acúmulo de discussões e aprendizados. Eles versaram sobre os temas mais urgentes de nossa conjuntura social e política, analisados da perspectiva da psicologia, e serviram de referência e estímulo para os debates que foram realizados no IV Simpósio. Na construção do Simpósio foram realizados eventos preparatórios sobre vários temas. Como se estivéssemos realizando um longo e acurado exame da conjuntura e uma habilitação para o trato desses temas, de modo a nos colocar em condição de estabelecer as tarefas que devamos assumir, como ciência e profissão, nos processos de ampliação, aprofundamento e radicalização da Democracia.

 

O processo civilizatório humanizador que defendemos inclui muitas lutas que merecem ser revivificadas, garantindo um projeto profissional comprometido com as urgências de nosso país.